5
de Setembro de 2019
13:20
Ilha
Russky, Território do Primorye
Vladimir
Putin participou na sessão plenária do Fórum Económico Oriental.
Foram enviados convites
para o fórum a Chefes de Estado e de Governo estrangeiros,
chefes de grandes empresas russas e estrangeiras, além de políticos e
especialistas.
O
tema do fórum é O Extremo Oriente -
Horizontes de Desenvolvimento.
* * *
Excertos da transcrição da
sessão plenária do Fórum Económico Oriental
Presidente da Rússia, Vladimir
Putin: Presidente Battulga, Primeiro Ministro Narendra Modi,
Primeiro Ministro Mahathir Bin Mohamad, Primeiro Ministro Shinzo Abe,
Senhoras e Senhores, Amigos,
Antes
de mais, gostaria de me dirigir aos nossos convidados estrangeiros, dirigentes
dos países representados neste Fórum e aos nossos parceiros estrangeiros na plateia.
Obrigado por mostrarem tanto respeito pela Rússia e pelo vosso interesse em
desenvolver relações entre os nossos países.
Espero
e tenho a certeza de que o nosso trabalho durante este fórum, será muito produtivo e
gratificante para todos. Sinto-me feliz por receber todos vós, no Fórum Económico
do Leste.
É
a quinta vez que Vladivostok, capital do Território Primorye e agora, de todo o
Distrito Federal do Extremo Oriente da Rússia, reúne os Chefes dos principais Estados
da Região da Ásia-Pacífico, os maiores investidores, os empresários, os representantes
do público e comunidades especializadas .
Este
ano, estamos a receber mais de 8.500 participantes de 65 países. Desde o
primeiro fórum, a representação aumentou mais do dobro. Acreditamos que é uma indicação convincente do interesse crescente pelo Extremo Oriente da Rússia e pelas
oportunidades de cooperação oferecidas por esta região verdadeiramente
colossal.
O
poder e as vantagens competitivas do Extremo Oriente estão patenteadas nas
pessoas talentosas, trabalhadoras e enérgicas, na juventude educada e
ambiciosa, nos novos centros de pesquisa, no crescimento industrial e nas
indústrias do futuro.
O
seu poder reside nos numerosos recursos naturais, no enorme potencial
logístico, como a Rota do Mar do Norte e noutras rotas da trans-Eurásia. Por último, mas não menos
importante, o seu poder traduz-se na proximidade das economias em rápido
desenvolvimento e da região mais dinâmica do mundo, a Região da Ásia-Pacífico.
Não
surpreende que, ao esquematizarmos uma estratégia a longo prazo, para o
desenvolvimento do Extremo Oriente russo, em meados dos anos 2000, há 15 anos,
optámos pela abertura máxima da região e pela sua integração inerente nos sectores
económico, de transporte, espaço educacional e humanitário da APR (Asia-Pacific
Region) e, num esquema mais alargado, no mundo em geral. Demos prioridade à
promoção da cooperação internacional e transfronteiriça, bem como de parcerias
tecnológicas e de investimento, o que implica criar novas oportunidades,
principalmente para os cidadãos russos, para a sua vida e para o seu trabalho.
De facto, foi um ponto de
viragem histórico e radical. Gostaria de recordar-vos que,
muitos territórios do Extremo Oriente, incluindo a cidade de Vladivostok, onde
estamos agora, eram usados principalmente para fins militares e tinham um
estatuto de acesso restrito, no início e em meados do século XX e, mais tarde,
durante a Guerra Fria.
Claro
que esse estatuto teve um impacto no desenvolvimento dessas regiões. Falando
correctamente, não houve, praticamente,desenvolvimento no sentido social e
económico da palavra.
Insistindo
neste ponto, a situação mudou radicalmente nos últimos anos e estamos
orgulhosos de que o Extremo Oriente russo se tenha tornado num modelo de
abertura para todo o país, num símbolo de inovação e determinação em eliminar
todos os tipos de barreiras aos contactos comerciais e humanos.
Obviamente,
estamos cientes de que esse resultado dificilmente seria possível se não fosse
o esforço para melhorar uma atmosfera de confiança e cooperação construtiva na
APR (Região da Ásia-Pacífico) como um todo. Estamos empenhados em promover
estas tendências positivas a fim de tornar a região que partilhamos, segura e
estável.
Obviamente,
estamos cientes de que este resultado dificilmente seria possível se não fosse
o esforço para melhorar uma atmosfera de confiança e cooperação construtiva na
APR (Região da Ásia-Pacífico) como um todo. Estamos interessados em promover
estas tendências positivas para tornar a região que compartilhamos, segura e
estável.
As
nossas relações com a Índia, China, República da Coreia, Malásia, Mongólia,
Japão e outros países da Região da Ásia-Pacífico são baseadas em princípios de
respeito e de diálogo honesto. Estou confiante de que estas relações estão a
mostrar uma grande promessa, condizente com o crescente papel que a Região da
Ásia-Pacífico deverá desempenhar nas próximas décadas. Penso que os nossos
estimados convidados estrangeiros aqui presentes, os nossos amigos, estão de
acordo com isto.
Juntamente
com a abertura, outro princípio fundamental implícito nos nossos planos
ambiciosos para o desenvolvimento do Extremo Oriente russo é que eles são a
longo prazo e consistentes. Aumentaremos ainda mais os nossos esforços, ao
concentrar recursos e ao gerir esse trabalho administrativamente, passo a
passo. Quando atingirmos os nossos objectivos, estabeleceremos novas tarefas e
esforçar-nos-emos por alcançar mais.
Nos
últimos quinze anos, criamos com sucesso condições para o Extremo Oriente
entrar no caminho de um crescimento mais rápido. E não são palavras ôcas - dar-vos-ei,
agora, alguns exemplos.
Os
preparativos para a reunião dos dirigentes da APEC de 2012, em Vladivostok,
foram um bom começo. Investimos recursos significativos na modernização das
infraestruturas locais de transporte, negócios e educação e na melhoria da
capital da região como uma cidade moderna e dinâmica de desenvolvimento, uma
cidade para pessoas, como um dos principais centros académicos da Região da
Ásia-Pacífico.
Sabemos,
com certeza que ainda há muito a ser feito, mas também muito já foi feito. E
então, baseados no que já foi feito e alcançado, lançaremos projectos avultados
de infraestruturas, transporte e indústria, além dos projectos de construção na
região e fora dela.
Ao
mesmo tempo, juntamente com as etapas para melhorar o clima de negócios em toda
a Rússia, temos oferecido ferramentas de suporte completamente novas e
amplamente únicas para fazer negócios no Extremo Oriente e ser competitivos
globalmente.
Gostaria
de informar os nossos colegas que planeiam investir no Extremo Oriente - podem
beneficiar destas oportunidades, portanto, considerem-nas novamente. Não são só
promessas - é uma prática que já está em
vigor e que funciona.
Assim
sendo, cerca de 20 territórios de desenvolvimento social e económico
prioritário foram estabelecidos em toda a região, com condições especiais para
o lançamento da produção, regimes fiscais especiais e medidas de apoio estatal.
Cerca de 369 empresas residentes inscreveram-se e assinaram contratos no valor
de quase 2,5 triliões de rublos e anunciaram a criação de mais de 60.000 novos
empregos. Essas empresas já investiram 344,8 biliões de rublos nos seus projectos
e criaram quase 20.000 empregos. Isto
já foi feito..
O
regime de porto livre de Vladivostok foi estendido a 22 municípios. O objectivo
é facilitar a integração das regiões do Extremo Oriente no espaço económico da
Região da Ásia-Pacífico e promover o desenvolvimento de empresas de alta
tecnologia.
Cerca
de 1.404 empresas residentes optaram por aproveitar os benefícios oferecidos
pelo regime de porto livre e assinaram contratos no valor de quase 700 biliões
de rublos. Vão criar cerca de 68.000 empregos na área. Actualmente, 95,2 biliões
foram investidos e mais de 10.000 empregos foram criados. Este é um facto
consumado.
No
geral, graças às medidas de apoio propostas, a partir de 2015, os investidores
contribuíram com 612 biliões de rublos para a economia da região, lançaram 242 fábricas
novas e criaram mais de 39.000 postos de trabalho.
Como
resultado, o crescimento da produção industrial no Extremo Oriente, nos últimos
cinco anos, foi de quase 23% - quase três vezes maior do que em toda a Rússia.
A
Universidade Federal do Extremo Oriente está a desenvolver-se como um centro de
novas competências, intercâmbio de jovens e cooperação internacional,
experiências ambiciosas em educação, ciência e indústrias inovadoras na nova
era tecnológica. Este centro
acolhe, tradicionalmente, as nossas
reuniões.
Durante
o ano académico anterior, a universidade recebeu 20.000 estudantes, incluindo
3.500 estrangeiros de 74 países. Nela ensinam mais de 200 professores
estrangeiros.
Está
planeado desenvolver ainda mais a infraestrutura de pesquisa local, incluindo a
construção de uma instalação de mega-ciência. E podemos falar com confiança
sobre o futuro da Universidade, como um dos centros de apoio do espaço educacional comum da
Região da Ásia-Pacífico.
Amigos,
Nos
Fóruns Económicos Orientais anteriores, concentramos a nossa atenção na
importância do Extremo Oriente para a Rússia, bem como nos planos para
desenvolver essa região, nas ferramentas para promover as actividades
comerciais e como as empresas podem beneficiar delas. Referi, brevemente, isso agora.
No
entanto, compreendemos tudo muito bem e esta questão foi levantada no almoço de
trabalho que acabámos de ter com os nossos colegas, de que objectivos deste
tipo nunca serão alcançados sem pessoas, sem a sua energia, talento e
compromisso para alcançar resultados.
Por
esse motivo, nas minhas considerações iniciais, concentrei a minha atenção no
desenvolvimento socio-económico e, mais especificamente, no programa de
desenvolvimento social da região.
Creio
que seria interessante, não apenas para o público nacional, mas também para
nossos potenciais investidores e para as empresas que já trabalham aqui, pois o
que significa é que estamos empenhados em melhorar ainda mais o ambiente social
e político e atrair a força de trabalho
que a região necessita para se desenvolver.
Ontem,
tive uma reunião com as autoridades das regiões do Extremo Oriente da Rússia
para discutir as metas para uma nova etapa no desenvolvimento do Extremo
Oriente. Nesta etapa, traduziremos as conquistas económicas da região nos
últimos anos, numa melhoria social, a fim de oferecer às pessoas uma melhor
qualidade de vida.
O
que isto significa é que, temos de promover mudanças nas áreas da saúde, da educação,
da infraestrutura urbana e rural, que serão sentidas por milhões de pessoas. É
importante ressaltar que as pessoas devem sentir essas mudanças o mais rápido possível,
e não num futuro distante ou só daqui a muitos anos.
Neste
contexto, deixem-me salientar que o fluxo migratório do Extremo Oriente da
Rússia reduziu para metade em relação a 2005. Precisamos reverter essa
tendência de uma vez por todas: em vez de deixar o Extremo Oriente, as pessoas
devem vir para aqui, trazendo a sua energia, a sua força e a sua iniciativa.
Discutimos
este assunto durante o almoço de trabalho que acabamos de fazer e os nossos colegas
fizeram-me esta pergunta. Quantas pessoas chegam para se fixar e quantas estão a
sair desta região? É uma questão importante em termos das implicações morais e
éticas, bem como económicas, entre outras.
Os
profissionais qualificados devem considerar esta região atractiva e, é claro,
também os jovens, pois são o nosso futuro, como todos sabemos.
Além
do mais, o Extremo Oriente da Rússia é uma região muito jovem. Tem um enorme
potencial demográfico que precisa ser preservado e aumentado. Aqui, a taxa
agregada de nascimentos é superior à média nacional.
Cerca
de 1,5 milhões dos 8,2 milhões de residentes do distrito federal são estudantes
de escolas, faculdades e universidades. Venceram em competições desportivas, nas olimpíadas e concursos académicos internacionais e nacionais.
Por
exemplo, Kazan organizou recentemente uma Competição WorldSkills, onde Andrei
Meshkov, um formando do 9ºano de Ulan-Ude, ganhou uma medalha de ouro no
WorldSkills Russia Juniors na esfera da tecnologia da informação. Dou-lhe os
parabéns, mais uma vez, pela sua vitória.
(Aplausos) Em resumo, como já disse antes, pessoas inteligentes, criativas e enérgicas que podem
alcançar os objectivos mais ambiciosos vivem aqui.
Portanto,
a primeira prioridade da nova etapa no desenvolvimento do Extremo Oriente russo
é apoiar os jovens. Devemos fazer o nosso melhor para oferecer as mais amplas
oportunidades possíveis, para que possam receber educação, realizar o seu
potencial na vida e na profissão, criar famílias e ter filhos e contribuir para
o progresso da sua região natal, o Extremo Oriente Russo.
Acima
de tudo, devemos aumentar drasticamente a construção de moradias modernas, que
devem ter preços o mais acessível que for possível. Neste contexto, como já
disse, discutimos este problema com os nossos colegas, as autoridades das
regiões.
Concordo
que deve ser lançado na região, um programa especial de hipoteca para que os
jovens possam contrair empréstimos para
comprar apartamentos ou casas no Extremo Oriente, a uma taxa anual de 2%.
Recentemente,
aprovamos uma taxa de hipoteca preferencial para a região de 5%, que está abaixo
da média do país. Mas, ontem, os nossos
colegas convenceram-me de que não é o bastante. Gostaria de alertar as
autoridades das outras regiões de que não podemos fazê-lo em todos os lugares.
Perderia todo o sentido, porque a ideia é atrair profissionais e pessoal
qualificado para o Extremo Oriente.
Sugiro
que lancemos este programa este ano, com uma duração de cinco anos. Dir-vos-ei
porquê. Primeiro, precisaremos considerar cuidadosamente a quantidade e as
fontes de financiamento para o futuro, porque é um assunto a longo prazo.
Devemos
aplicá-lo ao chamado mercado primário, ou seja, o mercado de novos edifícios
residenciais, bem como à construção de casas particulares para aqueles que participam
no programa do Extremo Oriente.
Sugiro
que usemos fundos do programa nacional para o desenvolvimento do Extremo
Oriente da Rússia e do Fundo de Desenvolvimento do Extremo Oriente.
O
sistema de saúde deve ser moderno e acessível. Em primeiro lugar, diz respeito
aos cuidados de saúde primária, mais próxima das pessoas, melhorando os
equipamentos e digitalizando serviços ambulatórios, hospitais e centros de
saúde rurais, maternidades e centros peri-natais e o desenvolvimento de aviões ambulâncias. Este conceito é especialmente importante para as extensões,
vastas e ilimitadas, do Extremo Oriente russo.
Esse
trabalho já está a ser efectuado na Rússia, mas aqui, no Extremo Oriente,
precisamos criar um sistema verdadeiramente eficaz de assistência médica que
atenda e talvez até supere, os melhores padrões e práticas.
Compreendo
que não pode ser feito da noite para o dia. Mas precisamos começar a trabalhar
hoje, para começar com projectos-piloto inovadores. De facto, é possível criar
um aglomerado médico no Distrito Federal do Extremo Oriente com um procedimento
de regulamentação especial, que permitiria abrir subdivisões e filiais de
clínicas estrangeiras sem formalidades excessivas, atrair os melhores
especialistas estrangeiros e usar produtos e métodos farmacêuticos que já
provaram a sua eficiência no estrangeiro.
É
claro que esse aglomerado médico deve funcionar dentro da jurisdição russa e
todos os detalhes devem ser cuidadosamente elaborados pelas agências
governamentais envolvidas e, acima de tudo, pelo Ministério da Saúde.
Disse
mais de uma vez que, para o Extremo Oriente, devemos propor políticas
especiais, mecanismos avançados e ferramentas flexíveis que tenham em conta as
especificidades desse vasto território e as necessidades das pessoas que moram
aqui.
Aventuramo-nos
nessas experiências e inovações económicas e novas maneiras de atrair
investimentos e, como disse no início, obtivemos um resultado muito positivo. A
mesma abordagem deve ser usada no desenvolvimento dos serviços sociais e
públicos.
Peço
a todas as agências federais, a todos os nossos colegas que estão envolvidos no
desenvolvimento da região que estejam orientados, exactamente, por esta lógica,
pelos interesses do Extremo Oriente, o que significa, essencialmente, pelos
interesses da Rússia.
Criar
um novo complexo cultural, educacional e museológico aqui, em Vladivostok, no
Extremo Oriente da Rússia, será um passo
importante para consolidar o espaço educacional e cultural nacional.
Ao
mesmo tempo, a rede de museus, bibliotecas, teatros, instituições culturais,
extra curriculares e profissionais precisa de actualizações significativas no
Extremo Oriente da Rússia. É necessário dar-lhes uma nova vida,
transformando-os em centros interessantes e actualizados, capazes de atrair
pessoas de todas as idades, incluindo crianças e adolescentes.
Acabamos
de discutir este assunto, e penso que é a terceira vez que menciono a nossa
reunião preliminar: O Primeiro Ministro Shinzo Abe, disse que esta região tem
muito encanto e grande potencial turístico.
Certamente,
a criação de um grande centro cultural e educacional nacional desse tipo que
incluiria filiais dos principais museus da Rússia, como a Galeria Tretyakov, o
Museu Hermitage, o Museu Russo e o Teatro Mariinsky, certamente tornará
Vladivostok muito mais atraente para os turistas.
É
muito importante o desenvolvimento de ofertas culturais nas áreas rurais e nas
cidades. Neste contexto, deixem-me partilhar algumas números convosco. Das
1.834 comunidades no Extremo Oriente da Rússia, 1.614 têm uma população de
menos de 5.000 pessoas cada, enquanto as cidades e pequenas vilas podem estar
separadas por centenas de quilómetros. Precisamos ter a certeza que esta
situação seja levada em consideração. Esta questão também estava na agenda da
reunião de ontem com os governadores.
Entre
outras coisas, precisamos de adaptar os programas nacionais de Médico Rural e
de Professor Rural ao Extremo Oriente da Rússia. Eles podem incluir a oferta de maiores
benefícios aos médicos, aos paramédicos e aos professores dispostos a mudar-se
para pequenas comunidades no Extremo Oriente. Proponho duplicar estas verbas
destinadas ao Extremo Oriente em comparação com as taxas nacionais existentes.
Escusado
será dizer que precisamos ver longe. O futuro está nas mãos dos jovens e dos
estudantes de hoje que amam a sua região e querem morar e trabalhar aqui. Temos
de oferecer-lhes uma oportunidade de obter educação de qualidade,
independentemente do rendimento ou da situação financeira das suas famílias.
Creio
que precisamos oferecer subsídios estatais mais direccionados às universidades
do Extremo Oriente em áreas onde os profissionais são escassos, para que os
jovens tenham as suas propinas cobertas pelo governo ou pelos seus potenciais
empregadores. Dessa forma, os alunos terão certeza de que conseguirão um
emprego, o que resolverá problemas relacionados com o emprego.
É
claro que os jovens e as pessoas de todas as idades devem ter a possibilidade
de beneficiar da educação online, bem como da tele-medicina, de recursos de
informação e de serviços electrónicos, além de ter acesso a plataformas e
serviços digitais que abrem novos horizontes em termos de iniciar e gerir negócios.
Gostaria
de recordar-vos que mais da metade de todos os utilizadores da Internet no
planeta, vive na região da Ásia-Pacífico. O Extremo Oriente da Rússia precisa
acompanhar a infraestrutura e os padrões digitais globais nesta esfera,
incluindo taxas de penetração de alta velocidade na Internet.
Peço
ao governo que tenha em consideração este assunto, ao trabalhar no programa
nacional de Economia Digital da Rússia. Permitam-me reiterar que precisamos
criar um ambiente digital apropriado em termos dos desafios que enfrentamos actualmente
e da rápida mudança tecnológica em todo o mundo.
Neste
contexto, o nosso segundo objectivo mais importante para o Extremo Oriente da
Rússia, é torná-lo um dos principais centros mundiais de alta tecnologia,
competências e novas indústrias, um centro de ocupações/empregos mais avançados
e de qualidade, para profissionais altamente qualificados.
Estas
medidas devem beneficiar, principalmente, as pessoas que vivem no Extremo
Oriente, ou seja, os cidadãos russos que moram aqui, nesta região. Esta é a
nossa posição de princípio.
O
potencial está aí. É aqui, na Ilha Russky, que está a ser criado um novo
aglomerado de inovação. Um agrupamento de indústria espacial está a surgir em
torno do Centro de Lançamento Espacial Vostochny. O fabrico de aviões, o
processamento de gás natural e a indústria química estão a desenvolver-se activamente
nesta região. A construção do estaleiro Zvezda está a prosseguir.
É óbvio que planeamos concentrar a nossa atenção para aumentar o volume dos
produtos de valor acrescentado. É uma posição de princípio para a qual gostaria de chamar a atenção dos investidores
russos e internacionais, dos residentes de áreas prioritárias de
desenvolvimento e do Porto Livre de Vladivostok.
Por
exemplo, aumentaremos os direitos de exportação de madeira triturada, mas, ao
mesmo tempo, estamos prontos para prestar assistência àqueles que desejam
investir no processamento de madeira e criar as condições mais favoráveis para
a exportação de produtos acabados, inclusive para os países em desenvolvimento
ou subdesenvolvidos.
A
mesma lógica - preferências e apoio para aqueles que produzem produtos de valor
acrescentado - também será aplicada noutras esferas, incluindo os recursos
marinhos e as matérias-primas.
A
conservação e o uso racional de nosso potencial de madeira são um assunto
importante. Planeamos discuti-lo a nível nacional, numa reunião do Conselho de
Estado.
Reconhecemos
que a criação de um poderoso centro industrial e de pesquisa na região é um
projecto trabalhoso. Ao mesmo tempo, vemos que também é uma grande janela de
oportunidade. Neste contexto, devemos estabelecer grandes exigências em relação
à eficácia das medidas e decisões que propomos.
Isto
diz respeito principalmente à economia do futuro e à assistência às equipas
jovens que estão a concretizar ideias e soluções inovadoras. As pequenas empresas
lideradas por jovens, são a força motriz mais poderosa do progresso tecnológico
em todo o mundo.
Precisamos
mais do que apenas uma estrutura legal para garantir, não só a proliferação de
start-ups/pequenas empresas, mas também o seu desenvolvimento em empresas de
médio e grande porte. Obviamente, precisamos de regulamentos, mas também
devemos criar instrumentos financeiros eficientes.
Neste
sentido, sugiro que seja estabelecido no Extremo Oriente um fundo de risco
especial. Ontem, discutimos esta ideia; dou-lhe o meu apoio. Peço ao governo que
formule propostas práticas a este respeito, principalmente, porque as fontes de
financiamento estão disponíveis.
Finalmente,
o nosso terceiro objectivo estratégico também é bastante ousado. Está em
sintonia com a agenda ambiental global, com os desafios que enfrentam não apenas
a Rússia, bem como todo o planeta.
Refiro-me
ao desenvolvimento do Extremo Oriente da Rússia como um centro global da
natureza e de turismo, um campo de testes internacional para descobrir maneiras
de resolver uma questão que é importante para todos nós: como assegurar a
harmonia entre a actividade económica e o turismo verde, entre tornar a
natureza acessível ao público e preservar ecossistemas únicos.
A
maravilhosa beleza natural do Extremo Oriente da Rússia já atrai centenas de
milhares de turistas. Em 2016, 5,2 milhões de pessoas visitaram a região,
incluindo 750.000 estrangeiros. No ano passado, o total de visitas aumentou
para 7 milhões, incluindo cerca de um milhão de estrangeiros.
As
belezas naturais do Extremo Oriente da Rússia incluem o Lago Baikal, a Reserva
Kronotsky em Kamchatka, o Parque Nacional Alkhanai no Território Trans-Baikal e
outros lugares. Existem alguns
deles nesta região.
Há
um total de 64 territórios naturais que beneficiam do estatuto de protecção
federal. Permitam-me observar que já emiti uma instrução para investigar e
registar os limites de todas as reservas, parques nacionais e outras áreas
protegidas. Peço que esses esforços sejam acelerados, principalmente no Extremo
Oriente.
Ao
mesmo tempo, precisamos ser mais activos no lançamento de parcerias
público-privadas no turismo. Precisamos convidar investidores responsáveis e
oferecer-lhes incentivos especiais, sujeitos a rigorosa observação dos padrões
e regras do turismo sustentável.
Obviamente,
precisamos de serviços avançados de informações que ofereçam às pessoas acesso
conveniente a qualquer informação que possam precisar: quando e para onde
viajar, que rota turística escolher. Os estrangeiros devem poder solicitar
vistos, utilizando este serviço.
Aliás,
foi aqui em Vladivostok que os vistos electrónicos foram introduzidos pela
primeira vez, simplificando substancialmente as formalidades pelas quais os turistas
e os empresários estrangeiros precisam passar. Mais de 140.000 vistos deste tipo
foram emitidos nos últimos dois anos.
Todos
os objectivos de desenvolvimento que estamos a discutir, bem como, sobretudo, os
novos padrões de vida modernos, que exigem um nível de mobilidade
fundamentalmente novo. Para o Extremo Oriente, isto implica, acima de tudo, uma
rede desenvolvida de transporte aéreo e de compra de bilhetes de avião, que
seja acessível na região, bem como na Sibéria, na Rússia central e no estrangeiro.
Até
2024, modernizaremos 40 aeroportos no Extremo Oriente. Empregaremos as capacidades
das fábricas de aviões do Extremo Oriente em Ulan-Ude, Komsomolsk-on-Amur e
Arsenyev para expandir a rede de voos domésticos e renovar o conjunto de aviões
e helicópteros regionais e locais.
Gostaria
de acrescentar que a segurança e o conforto são os requisitos mais importantes
quando se trata de transportadoras aéreas em todo o mundo. Para as companhias aéreas que operam no Extremo
Oriente, os bilhetes acessíveis devem ser mais uma prioridade
Creio
que seria lógico que as companhias aéreas que desejarem aumentar as suas
operações no Extremo Oriente e seguirem uma política de preços responsável e
razoável, tivessem o direito preferencial de efectuar voos noutras regiões mais
lucrativas.
Debatemos,
ontem, este assunto com o Ministro dos Transportes. Espero que ele me esteja a
ouvir, hoje. Em geral, este sistema já está a ser aplicado, mas precisamos
reforçá-lo. Considero que este método não é comercialmente eficaz, mas
justificado nesta região. No entanto, devemos discutir formas de formalizá-lo.
Amigos,
Temos
objectivos de desenvolvimento muito ambiciosos no Extremo Oriente, e a
realização progressiva desses objectivos envolve parcerias e a união de esforços.
Estamos
prontos para esta cooperação e estamos abertos a todos os interessados nela.
Acreditamos no futuro da nossa cooperação e no futuro do Extremo Oriente russo.
Para
sermos bem sucedidos nesta região, assim como em todo o nosso enorme país, na
totalidade, precisamos de uma sociedade consolidada, da contribuição e do
envolvimento de todos que estejam dispostos a contribuir com as suas
capacidades, com a sua energia e com o seu conhecimento para o objectivo comum.
Esta é a nossa maneira de pensar e significa que todos os nossos planos e os nossos
sonhos mais ousados se tornarão realidade.
Gostaria
de desejar a todos os convidados e participantes do fórum que sejam bem-sucedidos e tudo
de bom.
Obrigado.
<…>
Moderador da sessão plenária,
Sergei Brilyov: Senhor Presidente, gostaria de especificar um
ponto. Numa frase do seu discurso, mencionou entidades de desenvolvimento como
o Centro de Lançamento Espacial Vostochny, a fábrica de Komsomolsk-on-Amur
(embora formalmente antiga, agora fabrica o avião mais sofisticado), o
estaleiro Zvezda e áreas de desenvolvimento prioritário (PDAs). Espera que haja
investimentos estrangeiros em instalações como Zvezda, o centro espacial e a
fábrica de aviões?
Vladimir
Putin: Claro que sim.
Já
houve esse investimento na fábrica de aviões. Conhecemos os nossos caças Sukhoi
Su-30, Su-34 ++, Su-35 e agora caças da quinta geração Su-57, e o mundo inteiro
também os conhece. Fabricamos em conjunto aviões comerciais Sukhoi Superjet com
parceiros italianos e franceses. Estamos a trabalhar aí e estamos abertos a esta
cooperação. Embora não tenhamos nada a esconder, ainda há uma coisa.
Sergei
Brilyov: É, precisamente, o que quero dizer.
Vladimir Putin: Escondemos com
segurança, o que ainda devemos manter em segredo. Ao mesmo tempo, há todas as
oportunidades para acordos de co-produção modernos e económicos.
O
centro de lançamento espacial não é um centro militar de lançamento espacial.
Agora estamos a decidir quem deve construir os próximos estágios. Para ser
sincero, este centro de lançamento espacial deve lidar principalmente com
lançamentos civis. Portanto, não acreditamos apenas que podemos trabalhar lá em
conjunto com parceiros estrangeiros, mas estamos interessados nisso e, claro
que os envolveremos nessa cooperação.
A
Rússia e Índia concretizam projectos conjuntos de exploração espacial;
trabalhamos activamente nesses programas com a República Popular da China; em
princípio, mantemos uma boa cooperação com a Agência Espacial Europeia, e
esperamos que esse processo continue a desenvolver-se e também cooperamos com
os Estados Unidos. As múltiplas naves espaciais que lançamos no interesse dos
nossos parceiros estrangeiros, incluindo os Estados Unidos. Existem planos para
lançar muitas delas no Centro de Lançamento Espacial Vostochny. Portanto, não
vejo nenhuma direcção única que possa estar fora dos limites dos nossos
parceiros estrangeiros. Pelo contrário, estamos interessados em atraí-los; o
mesmo também diz respeito à instalação da Zvezda, que mencionou.
Só
ontem é que o Primeiro Ministro Modi e eu visitamos Zvezda. A instalação
construirá navios modernos de grande
capacidade para operações na plataforma continental, na zona do Ártico e para o
transporte de gás natural liquefeito, produtos petrolíferos e outras remessas.
O Primeiro Ministro e eu tivemos um debate ontem e procuraremos oportunidades
para um trabalho conjunto. Muito possivelmente, os navios individuais serão
parcialmente construídos na Rússia. Tais acordos internacionais de produção
conjunta estão a desenvolver-se em todo o mundo. A Rússia construirá partes das
embarcações e os estaleiros indianos completá-las-ão.
A
nossa famosa empresa líder Rosneft, proprietária de uma grande refinaria na
Índia, comprou recentemente uma participação de controlo nela. E a sua área de
responsabilidade inclui um grande porto indiano. Portanto, temos muitas áreas
de cooperação interdependentes. Não há assuntos fechados; pelo contrário,
estamos interessados em atrair os nossos parceiros.
<…>
Vladimir Putin: (respondendo a uma pergunta sobre as Ilhas Kuril):
Quando há vários anos estive no Japão, falei em público sobre a História desses
territórios. Houve uma época em que a Rússia tinha motivos legais para
considerar as ilhas como suas e entregou-as voluntariamente ao Japão, por decisão
do imperador russo, como símbolo de amizade. Em seguida, seguiram-se os
trágicos eventos de 1905, a guerra russo-japonesa e a situação em Sakhalin. E
depois a Segunda Guerra Mundial. É uma história complicada com várias partes.
Mas
há também o factor humanitário. Não posso deixar de concordar com Shinzo [Abe]
que, até que esses problemas estejam resolvidos, devemos fazer todo o possível
para que aqueles que, de alguma forma, tenham ligações com esses territórios,
não se sintam vítimas das ocorrências geopolíticas passadas. Baseados nestas
considerações humanitárias, não apenas fizemos concessões para essas pessoas,
respondendo aos desejos do Primeiro Ministro do Japão, mas fizemo-lo de maneira
exclusiva. Poucas pessoas conhecem ou compreendem a essência dessa
exclusividade. Significa que não só damos aos cidadãos japoneses a oportunidade
de visitar as ilhas, mas também suspendemos os requisitos de visto para essas
visitas. Esta solução tem um componente político, porque as autoridades
japonesas recusam-se a emitir vistos para visitar estas ilhas. Estamos cientes
deste problema delicado e decidimos fazer esta concessão.
Obviamente,
parece-nos estranho que o Japão negue vistos não a certos indivíduos, mas a
todos os que vivem na Crimeia. Onde
fica o Japão e onde fica a Crimeia?
Aceitamos
com entendimento a frase - que se deve confiar no Japão - e nós acreditamos
nela. Este pedido é realmente muito
gentil e positivo. Mas temos muitas perguntas sobre o tratado de paz e,
infelizmente, elas dizem respeito mais do que só às nossas relações bilaterais.
Também existem questões militares, de
defesa e de segurança quando precisamos respeitar as posições de outros países,
bem como as obrigações do Japão para com outros países, incluindo os Estados
Unidos. Esse país não possui só palavras gentis, mas também um ditado que
remonta às décadas de 1920 ou 1930: ‘Pode-se conseguir mais com uma palavra
gentil e uma arma na mão do que com uma palavra gentil sozinha’. Compreendemos
esse ditado, conhecemo-lo e devemos tê-lo em conta.
É
que, ao responder à sua pergunta, quero dizer que parece um problema simples,
mas é um problema que herdamos do passado. No entanto, nós - Shinzo e eu –
queremos, realmente, resolvê-lo. Não importa o quão difícil possa ser,
prosseguiremos a partir da Declaração de 1956, como disse o Primeiro Ministro,
para uma solução abrangente de todos os nossos problemas, e trabalharemos em
direcção a um tratado de paz.
<…>
Sergei
Brilyov: Não posso deixar de salientar que os investidores
ucranianos estão hoje aqui connosco. O Sr. Medvedchuk é um investidor. Senhor
Presidente, quando será o intercâmbio [dos prisioneiros entre a Rússia e a
Ucrânia]?
Vladimir Putin: Penso que o Sr. Medvedchuk me vai atormentar com esse assunto agora. Sei
que ele está particularmente preocupado com várias pessoas que estão na prisão,
na Federação Russa. Na verdade, tivemos que tomar decisões muito difíceis em
relação a pessoas específicas, a essas pessoas específicas. Mas, por razões
humanitárias, chegamos à fase final das negociações em andamento, inclusive com
as autoridades oficiais. Então, penso que os resultados serão anunciados num
futuro próximo. [Nota – a troca de prisioneiros foi efectuada no dia 7 de Setembro
de 2019 https://nowarnonato.blogspot.com/2019/09/historical-humanitarian-action-prisoner.html]
Sergei
Brilyov: As perspectivas de trocas e negociações futuras com a
Ucrânia são uma espécie de bússola, se assim posso dizer, nas relações com esses
países, por exemplo, os países do G7. Senhor Presidente, o que acontecerá
depois da troca? O que acontecerá a seguir na pista ucraniana, entre a Rússia e
a Ucrânia?
Vladimir Putin: Penso que, sob uma perspectiva histórica - acredito que
acontecerá inevitavelmente - as relações bilaterais voltarão ao normal, porque
somos duas partes do mesmo povo eslavo. Mencionei esse facto muitas vezes.
Quanto ao futuro próximo, dependerá em grande parte, da liderança ucraniana
actual.
Sergei
Brilyov: Podemos esperar algo até ao final desta semana, ou seria
melhor não mencionar datas?
Vladimir Putin: Já disse que estamos a finalizar as negociações sobre
as trocas. Penso que estamos a falar de uma troca avultada e de alto perfil. E
poderia ser um bom passo em direcção à normalização.
<…>
Sergei Brilyov: Se o convidarem, vai, Snr. Presidente?
Vladimir Putin: Aonde?
Sergei
Brilyov: Ao G8. A próxima reunião é nos Estados Unidos, tanto
quanto sei. Trump estará no meio de uma campanha de reeleição.
Vladimir Putin: A certa altura, a reunião do G8 deveria
ter sido realizada na Rússia.
Sergei
Brilyov: Em Sochi, sim.
Vladimir Putin: Estamos
abertos. Se os nossos parceiros quiserem visitar-nos, teremos o maior prazer em
vê-los. (Aplausos.) Não fomos nós que adiamos; foram os nossos parceiros. Se
eles querem restaurar o G8, deixem que eles o façam. Mas penso que hoje todos
compreendem, e o Presidente Macron disse, publicamente, há pouco tempo, que a
hegemonia ocidental está a acabar. Não consigo imaginar nenhuma organização
internacional eficaz sem a Índia ou a China. (Aplausos.)
Qualquer formato pode ser
benéfico, porque envolve sempre uma troca positiva de opinião, mesmo quando as
conversações são tensas; pelo que percebi, foi o que aconteceu no G7 desta vez,
mas ainda assim foi útil. Portanto, não rejeitamos nenhum formato de cooperação.
Sergei
Brilyov: Senhor Presidente, recentemente houve contatos com
Trump e agora ouvimos novamente essa ideia sobre o G8. Por onde devemos começar?
Há um amontoado de todo tipo de coisas que se acumularam nas nossas relações
nos últimos anos.
Examinei
as estatísticas. No ano passado, 40 cidadãos russos, apenas indivíduos
particulares, foram presos a pedido dos Estados Unidos em países terceiros. Só
no último ano! Janeiro de 2019: cidadão Makarenko. Não sei quais são as
acusações contra ele. Mas o próprio facto ... Acabei de ver: Korshunov [detido]
em Nápoles, ele poderia ser da United Engine Corporation.
Será
fácil ignorar estes casos? Em geral, como podemos retomar o diálogo neste
contexto?
Vladimir Putin: É uma péssima prática que complica as nossas
relações interestatais. Não estou a gracejar ou a ser irónico. Frequentemente,
não vemos motivos para acções hostis desse tipo. Além do mais, tenho todos os
motivos para pensar que, ocasionalmente, isto está ligado à rivalidade.
Provavelmente existem alguns aspectos criminais, mas são nossas agências da
Polícia que devem cooperar nesses casos. Deveríamos assinar instrumentos e
acordos interestatais relevantes, sobre como agir nesses casos. Aliás, alguns
desses instrumentos já existem.
Sergei
Brilyov: Penso que temos um
acordo de 1999 sobre assstência jurídica, não temos?
Vladimir Putin: Existem alguns instrumentos, mas, de facto,
eles não funcionam. Podem ser reactivados.
Mas,
em parte, está ligado à rivalidade, por exemplo, na esfera de construção de
aviões. Já disse que estávamos prestes a lançar um avião muito bom, um avião
comercial de médio curso muito bom e competitivo, o MS-21. É claramente um
rival do Boeing 737. Mas eles aumentaram e referiram os componentes das suas
asas na lista de sanções. Isto não tem nada a ver com defesa. Completamente
nada!
Fabricá-las-emos
na Rússia. Só que a cooperação seria mais objectiva e estávamos prontos a comprar
materiais americanos relevantes, assim como eles compram grande parte de nosso
titânio e usam o nosso titânio para fabricar os seus Boeings. Fá-lo-emos de
qualquer maneira. Levará tempo: pensamos que seriam cerca de dois anos, mas
provavelmente será necessário um prazo mais curto - dezoito meses. Este avião
já está a voar. E vamos desenvolver esses materiais. E, em alguns aspectos,
talvez seja bom, porque teremos materiais próprios e não dependeremos de
ninguém nesse sentido.
Agora,
vamos falar sobre a pessoa concreta que mencionou, que fabrica motores e tem um
emprego na Engine Corporation. Como devemos reagir às acusações e sugestões de
que ele estava a roubar certos segredos? Ouvimos as mesmas acusações contra a República
Popular da China. Não sabemos o que está a acontecer lá. Penso que também é, sobretudo,
ficção, mas neste caso em particular, temos a certeza.
Esta
United Engine Corporation/Empresa Unida de Motores desenvolveu um novo motor
russo. O processo levou muito tempo; este é o nosso primeiro produto de alta
tecnologia nos últimos 28 anos. Foi desenvolvido pela nossa Empresa de Motores
e fábricas específicas com muito boas competências, pessoal qualificado e
potencial científico de classe mundial. Claro que, assinamos um contrato de
consultoria com uma empresa italiana. É uma prática internacional absolutamente
natural. É um compromisso comercial aberto com parceiros europeus.
Hoje,
os nossos amigos americanos alegam que certos americanos se juntaram a esta
empresa e roubaram algo. Se o fizeram, não precisamos de nada do que roubaram,
porque fizemos tudo isso com as nossas próprias mãos e as nossas cabeças, as cabeças
dos nossos especialistas. As consultas e o trabalho conjunto sobre produtos
modernos de alta tecnologia são uma actividade absolutamente natural, aberta e
pública.
Por
esta razão é que penso que, neste caso, estamos definitivamente diante de
tentativas de concorrência desleal. O que não está a melhorar as nossas
relações. (Aplausos.)
Parte 2
Sergei
Brilyov: Em 27 de Agosto, muitas agências de
notícias internacionais, incluindo a France Presse, relataram as próximas
entregas dos sistemas de defesa aérea dos EUA ao Japão.
Esse
acontecimento pode mudar a cena dos mísseis na Ásia, dada a extinção do Tratado
INF e as especificações dos lançadores instalados na Roménia e na Polónia, sobre os quais até
as pessoas comuns conhecem. Gostaria de
recordar aos que se esqueceram desse facto que, apesar do Tratado
Gorbachev-Reagan dizer respeito apenas à Europa, a União Soviética também
destruiu essas armas na Ásia.
Senhor
Presidente, tenho duas perguntas para si. Se alguém quiser oferecer os seus
comentários, ficaríamos agradecidos. A primeira pergunta diz respeito à sua
visão de um possível mecanismo de controlo ou redução de mísseis, na Ásia, e se
precisaremos do mesmo, especialmente à luz da instalação de mísseis americanos.
Segundo, como influenciará as nossas conversações com o Japão?
Vladimir
Putin: A nossa posição em relação à retirada dos EUA
do Tratado INF é bem conhecida. Não há necessidade de repeti-la novamente. Não
apreciamos essa decisão; além do mais, acreditamos que é um passo
contraproducente que está a destruir o sistema internacional de controlo e
segurança de armas.
Afirmamos
publicamente, depois dos americanos terem testado os seus mísseis (também produziremos esses mísseis) que
não instalaremos os nossos mísseis nas regiões que não possuam esses mísseis
dos EUA, com base no solo.
Não
estamos satisfeitos com a declaração do Chefe do Pentágono sobre os planos de
instalar esses mísseis dos EUA no Japão e na Coreia do Sul. Estamos preocupados
e alarmados. Na verdade, é por este motivo que debati este assunto com o
Primeiro Ministro, muitas vezes, antes dos americanos fabricarem tais mísseis.
Se eles forem instalados no Japão ou na Coreia do Sul, sabemos que será feito
sob o pretexto de neutralizar as ameaças vindas da Coreia do Norte. No entanto,
também criará problemas consideráveis para nós, porque esses mísseis
provavelmente serão capazes de cobrir grande parte do território da Rússia, em
particular, o Extremo Oriente russo.
Gostaria
de recordar-vos que temos duas grandes bases navais de navios de superfície
aqui, em Vladivostok, bem como uma base de submarinos nucleares estratégicos,
em Kamchatka. É um assunto muito sério. E claro que não podemos fechar os
olhos. Este assunto também fará parte das nossas conversações com o Japão e com
a Coreia do Sul. Ainda não sabemos como os nossos parceiros japoneses e
sul-coreanos reagirão. Não discutimos hoje este assunto com o Sr. Primeiro Ministro.
A
propósito, salientamos mais de uma vez, que os lançadores MK 41 podem ser
usados não só para lançar anti-mísseis de defesa aérea, mas também para disparar
mísseis de ataque. Os americanos continuaram a dizer que não é assim. E agora lançaram o novo míssil do MK 41 VLS. Por
outras palavras, esses lançadores fazem parte de sistemas de mísseis de ataque
e estávamos certos, como em muitos outros casos também. O que significa que
eles estavam a tentar enganar-nos. Não temos ilusões a este respeito, mas
teremos de responder adequadamente a esta situação.
<…>
Sergei
Brilyov: Senhor Presidente, alguns jovens foram
para as ruas nos últimos sábados. São os seus jovens?
Vladimir Putin: Creio que todos nós e em especial os jovens, devem
gastar a sua energia em processos construtivos.
Quando
as pessoas exprimem as suas opiniões, também durante os protestos - e já
observei esse facto - creio que têm o direito de fazê-lo. Às vezes gera resultados
positivos, porque as pessoas discutem com as autoridades e conduzem-nas na direcção
certa, para que abordem os problemas das pessoas com mais eficiência. Mas devem
agir de forma positiva e devem ser guiadas pelos interesses do país e do povo,
e não pelos seus próprios interesses mercenários e de grupo, e agir de acordo
com os regulamentos e leis estabelecidos. Sempre adoptei esse ponto de vista e
continuo a exprimi-lo, e as situações e os acontecimentos no mundo e nos países
vizinhos, mostram que essa abordagem está correcta.
Quanto
a “a favor” ou “contra si”, estou convencido de que são pessoas e, é claro,
existem muitos tipos diversos de pessoas, mas principalmente, pessoas de mente
positiva que desejam que o país se desenvolva e contribuam para o seu desenvolvimento.
A única coisa é que eles precisam encontrar o seu lugar na vida. E as
autoridades precisam fazer todo o possível para que eles encontrem o seu lugar
na vida e sejam capazes de aplicar os seus conhecimentos e talentos para o
desenvolvimento construtivo do país.
Os
jovens são sempre impulsivos e activos, o que é bom. Repito: tudo isto deve
estar em conformidade com a legislação vigente. Mas estou confiante de que
muitas dessas pessoas envolvidas em actividades políticas serão muito
requisitadas, no futuro, em termos de carreira profissional e, igualmente, de
carreira política.
Sergei
Brilyov: Senhor Presidente, recordo-me da experiência da minha
geração. Tenho 47 anos e fui aluno do ensino médio no final dos anos 80. No
início dos anos 90, os meus amigos e eu começamos a participar em comícios.
Lembro-me claramente de uma grande manifestação contra o Artigo 6 da Constituição
Soviética em Moscovo. Todos nós, estudantes da época, participamos. Esse artigo
implicava que o Partido Comunista da União Soviética era o núcleo do sistema
político do país.
Tinhamos
precisamente essas considerações em mente, quando participávamos na
manifestação. Quando chegamos ao Boulevard Zubovsky, onde ocorreu o comício,
vimos centenas de milhares de pessoas ou quase um milhão de pessoas lá. De
repente, alguém gritou da tribuna: “O Politburo deve renunciar! Os que são a
favor levantem as mãos. ”Pareceu indelicado não levantar a mão, e todos
começaram a fazê-lo, embora, inicialmente, a manifestação tivesse um propósito
diferente.
Em
alguns casos, é muito fácil enganar os jovens. Não será, talvez, melhor
tratá-los com mais gentileza em algumas situações?
Vladimir Putin: Devemos tratar a todos da mesma maneira, de
acordo com a lei.
Sergei
Brilyov: Quanto a questões de segurança, ainda
temos algumas coisas a debater, e o mesmo aplica-se a questões políticas. Ao
olhar para a plateia, há alguns momentos, notei mais uma vez o Sr. Medvedchuk,
o que me recordou a declaração do Presidente Zelensky de que o partido Para a Vida
beneficia de financiamento estrangeiro. Senhor Presidente, conhece esta declaração?
O que pensa dela?
Vladimir Putin: Não, não vi essa afimação. Mas se,
realmente, foi feita, significa que as autoridades actuais de Kiev estão a
correr o risco de cair na mesma armadilha que a liderança ucraniana anterior,
como foi o caso do Presidente anterior, quero dizer, do antigo Presidente, o Sr.
Poroshenko. Portanto, se as autoridades actuais forem atrás da oposição, nada
de bom resultará. Tanto quanto compreendo, esta é a oposição parlamentar que tem
a confiança de um número considerável de eleitores que manifestaram o seu apoio
durante uma eleição democrática. Por esse motivo, seria estranho ver qualquer
expressão de força. Essas pessoas não estão a invadir praças ou a exigir o
impossível. Trabalham dentro da estrutura da Constituição ucraniana e das leis
aplicáveis. Em minha opinião, qualquer tentativa de impedi-las de usufruir os
seus direitos constitucionais seria um erro grave.
<…>
Sergei
Brilyov: Senhor Presidente, o que se passa sobre a presença
das forças armadas e da marinha russas nesta região [o Estreito de Ormuz]? Foi considerável,
na era soviética.
Vladimir Putin: Poderíamos facilmente fazê-lo, considerando o
progresso no desenvolvimento das Forças Armadas e da Marinha da Rússia. A
questão é se iniciativas desse tipo são eficientes, se facilitam o
estabelecimento e se melhoram a segurança na região, inclusive no Estreito de
Ormuz.
Há
alguns anos, a Rússia apresentou uma iniciativa para estabelecer um mecanismo
internacional com o envolvimento de quase todos os países interessados da
região, bem como daqueles que estão interessados no funcionamento normal dessas
rotas, que incluiriam a Rússia, os países asiáticos e os Estados Unidos. No
futuro, poderíamos até estabelecer uma organização internacional especializada
para lidar com assuntos desse tipo. Acualmente, estamos a debater essa proposta
com os nossos colegas, inclusive com os nossos parceiros chineses e outros.
Vamos esperar e ver aonde isso nos leva. A Rússia está, indubitavelmente, interessada
em promover o desanuviamento e impedir qualquer nova escalada, para que todas
as partes envolvidas contribuam para acalmar essa situação e resolver os
problemas, inclusive os relacionados ao programa nuclear iraniano, de acordo
com os instrumentos internacionais existentes, aprovados pelas resoluções
correspondentes das Nações Unidas.
Sergei
Brilyov: Eis a minha última pergunta sobre segurança.
Curiosamente, ocorreu uma mudança notável em que a NATO tem agora três
potências nucleares - Estados Unidos, Grã-Bretanha e França - enquanto a
Organização da Cooperação de Shangai já possui quatro - Rússia, China, Índia e
Paquistão. Obviamente, muito depende dos acordos Rússia-EUA, inclusive na
esfera da estabilidade estratégica. O que pensa, Senhor Presidente? No seu
Discurso perante a Assembléia Federal de 2017, foram apresentados novos tipos
de armas de alta tecnologia, em particular, supersónicas.
Vladimir Putin: Hipersónicas.
Sergei
Brilyov: Podem fazer parte de um acordo mais
alargado com os americanos?
Vladimir
Putin: Sim, funcionam de acordo com a ideia
inicial que as ferramentas existentes e,
de facto, só uma delas - START-3 que foi concluída entre a Rússia e os Estados
Unidos - ainda está em vigor ... Os Estados Unidos apresentaram uma nova ideia
em que desejam envolver a China nesse trabalho conjunto, mas os chineses
responderam razoavelmente que o potencial nuclear chinês é muito menor que o da
Rússia ou dos Estados Unidos, e não sabem ao certo o que exactamente devem
reduzir uma vez que têm menos transportadores e menos ogivas. O raciocínio deles faz sentido.
Mas
não vamos esquecer que os Estados Unidos nem sequer aderiram ao tratado de
proibição de testes nucleares.
Sergei
Brilyov: Não está ratificado.
Vladimir
Putin: Não ratificado quer dizer não aderido.
Fala-se em instalar armas no
Espaço. São desafios muito sérios que a Humanidade tem de enfrentar. Imagine,
haverá algum tipo de arma, talvez nuclear, pairando o tempo todo numa órbita geoestacionária sobre a cabeça de
cada um de nós, significando também sobre a cabeça de cada um deles. O tempo de
voo será muito curto e o equipamento de defesa será muito complexo. De facto,
isso pode mudar drasticamente a situação de segurança em todo o mundo.
Até ao momento, os nossos
parceiros americanos permaneceram em silêncio em relação às nossas propostas de
manter contactos na esfera do desarmamento e conter a corrida armamentista. De
facto, não há nada de novo. Muito recentemente, reunimos com os nossos parceiros americanos em
Osaka e também levantamos a questão sobre como podemos incluir as nossas armas
mais recentes, incluindo sistemas de mísseis de ataque hipersónico, num acordo
geral. Quero dizer que nenhum outro país, incluindo os Estados Unidos, possui
essas armas.
Disse a Donald:
“Se quiser, podemos vendê-lo a si e, assim, equilibrar tudo de uma só vez.”
Verdade seja dita, eles dizem que em breve começarão a fazê-las sozinhos.
Talvez façam. Mas por que motivo gastar dinheiro quando já o gastamos e podemos
obter algo deles sem comprometer a nossa segurança, mas com o objectivo de
criar uma situação de equilíbrio?
Podemos discutir
como e o que podemos contar, tendo em mente o número de transportadores e
ogivas. Esta pergunta é especial. De qualquer forma, a Rússia está pronta para
esse diálogo e debate. Mas até agora não recebemos uma resposta clara dos
americanos.
<…>
Sergei
Brilyov: Senhor Presidente, veja como estamos todos de
acordo, quando se trata de protecção do ambiente. Talvez este seja o assunto
mais promissor do nordeste da Ásia ou da Ásia em geral.
Vladimir Putin: A ecologia está intimamente ligada à energia. É do
que todos estamos a falar. A Rússia não é a menos afectada pelo aquecimento
global. Já falei sobre esse facto, na cimeira do G20. Em minha opinião, de
acordo com os nossos dados e o que os especialistas internacionais estão a
dizer, o aquecimento global aqui ( na Rússia) está a acontecer 2,5 vezes mais
rápido do que no resto do mundo. Esta situação coloca alguns problemas para
nós, principalmente no norte, onde os edifícios são construídos no permafrost
(subsolo permanentemente congelado dos pólos e das regiões subpolares). Nesse
sentido, o que devemos fazer e como devemos fazê-lo? Esta é a pergunta que deve
ser feita.
Apoiamos
todos os esforços internacionais neste campo. Apoiamos os acordos de Paris e
assumimos compromissos bastante sérios - para reduzir as emissões de 70% a 75%
a partir do ano base de 1990. Aliás, os países da UE assumiram obrigações mais
modestas desde aquele ano. Eles prometem reduzir as emissões até 60%.
Os
automóveis eléctricos já foram discutidos. Pela primeira vez na História
recente, as organizações internacionais viram um declínio agudo nas suas
vendas. Existem certas razões para que tal aconteça. Mas neste país os
problemas ambientais não estão ligados apenas ao aquecimento global. Também se
devem ao uso de combustível a gás, um grande número de automóveis nas grandes
cidades exige-o e o uso de diferentes tipos de combustível, incluindo o carvão,
no sector dos serviços públicos. Todas essas questões estão reflectidas no
programa que elaboramos para melhorar a situação ambiental do país. Este é um dos problemas.
Ao
mesmo tempo, gostaria de salientar que, à escala global, a estrutura da
indústria energética russa é uma das mais “verdes” do mundo. A energia hidroeléctrica
e a energia nuclear representam mais de um terço da nossa indústria de energia;
o gás corresponde a mais de 50% e o gás é conhecido como o combustível mais
ecológico de todos os hidrocarbonetos. E ainda somos um país rico em
hidrocarbonetos. Esta é a nossa vantagem competitiva e devemos usá-la ao
máximo.
Mas,
é claro, não devemos desviar-nos da tendência principal, não devemos ignorar o
que vai acontecer amanhã. Pelo contrário, devemos estar actualizados e lidar com
fontes de energia alternativas modernas, incluindo a economia do hidrogénio. Estamos a fazê-lo.
Nos
últimos anos, colocamos ao serviço 800 megawatts de fontes de energia
renovável. Estamos a trabalhar neste sentido. Até 2024, planeamos
disponibilizar entre 4,2 e 4,7 gigawatts de fontes alternativas de energia.
Acabamos de assinar um acordo com a Fortum, os nossos parceiros finlandeses,
sobre um excelente parque eólico. Também estamos a funcionar com a energia
solar. De modo geral, acreditamos que essa tendência é absolutamente correcta e
faremos tudo o que pudermos para concretizar os nossos planos de protecção ao
meio ambiente.
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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