Friday, August 11, 2017

PT -- DOSSIER UCRÂNIA --O Director da Stratfor, a “CIA privada”, diz que a queda de Yanukovych foi “O Golpe mais Flagrante da História”


The Current Big Lie Is...


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O texto a seguir é a tradução do link do # 2, linha 7 do artigo

ERIC ZUESSE -- A Grande Mentira Vigente É…

 22 de Dezembro de 2014, às 3:47 am
O Presidente russo, Vladimir Putin, no centro, olhou para trás, para o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à esquerda e com o Presidente chinês, Xi Jinping, à direita, quando chegaram à Cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC). (Crédito: AP / Pablo Martinez Monsivais)
Numa entrevista dada em 19 de Dezembro de 2016, na revista russa Kommersant, George Friedman, o fundador e CEO da Stratfor, a  “A Eminência Parda da CIA”, diz sobre a derrubada do Presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, ocorrida em 22 de Fevereiro de 2014: “Realmente foi o golpe mais flagrante da História.” Talvez esteja a referi-lo devido aos vídeos que foram carregados na Web e que demonstram ser assim, mas essa declaração contradiz a descrição que é proclamada pela Casa Branca, pela União Europeia e pela imprensa ocidental, que garante que a queda de Yanukovych foi o resultado de uma despesa superior a 5 biliões de dólares do governo dos EUA, desde 1991, para estabelecer a“democracia” na Ucrânia.
Mais ainda, Friedman diz que “as autoridades russas não podem tolerar uma situação em que as forças armadas ocidentais estarão [na Ucrânia] a cem quilómetros de Kursk ou Voronezh [na Rússia]”, e que o objectivo dos EUA é “manter o equilíbrio de poder na Europa, ajudando o parceiro mais fraco”, que ele diz ser a Europa. Depois prossegue: “Os Estados Unidos consideram que a aliança potencialmente mais perigosa será a que se possa estabelecer entre a Rússia e a Alemanha. Seria a fusão da tecnologia e do capital alemão com os recursos naturais e humanos dos russos”. Por essa razão, os EUA tentam antagonizar os alemães contra a Rússia. O que irá enfraquecer ambos. No entanto, o resultado não seria um “equilíbrio de poder”, mas um desequilíbrio crescente de poder a favor dos Estados Unidos. O entrevistador russo não conseguiu captar a incoerência de Friedman nessa essa declaração.

Friedman foi coerente com a linha do Governo americano, que afirma que a Rússia é uma ameaça para os EUA; e continuou: “Nenhum presidente americano pode dar-se ao luxo de se sentar ociosamente, se a Rússia se tornar cada vez mais influente”. Declarou que essa situação é, especialmente, o caso do Médio Oriente e em relação à Síria. Mas, a seguir, esclareceu: “Não estou a dizer que a intervenção da Rússia no conflito da Síria, foi a causa da crise da Ucrânia, seria um prolongamento”. Em relação à Ucrânia, ele declarou: “A conclusão é que os interesses estratégicos dos Estados Unidos estão a impedir a Rússia de se tornar uma hegemonia. E os interesses estratégicos da Rússia não são permitir que os EUA estejam perto das suas fronteiras ". Ele evitou mesmo mencionar os Estados Unidos como sendo possivelmente uma “hegemonia” e que, juntamente com os aliados da NATO, estão a tentar esmagar a Rússia por estar a resistir à hegemonia da América - isto é, ao domínio global da aristocracia da América.
O Presidente Obama teve algo a dizer sobre essa questão, quando falou em West Point, no dia 28 de Maio e afirmou (com afirmações impregnadas de suspeitas contra a Rússia e de argumentos completamente falsos): “A agressão da Rússia em relação aos antigos estados soviéticos enerva as capitais da Europa, enquanto a ascensão económica e o alcance militar da China preocupa os seus vizinhos. Do Brasil até à Índia, as classes médias emergentes estão a competir connosco. ... Os Estados Unidos são e continuam a ser a única nação indispensável. Esse facto foi verdadeiro durante o século passado [sp .: passado [[alguém na Casa Branca nem sabia a diferença entre “passado = tempo de um verbo” e “passado = relativo ao tempo ou a um ponto no tempo” e ainda não sabe, seis meses depois]] e que será verdade para o século vindouro.” Então, esta era a ordem que o Presidente dos Estados Unidos estava a dar aos cadetes que se estavam a graduar na Academia de West Point - que os EUA são a única hegemonia e permanecerão assim, pelo menos, durante uma centena de anos. Era a ordem de marcha do próprio Presidente dos EUA, do seu Comandante Supremo, em representação da aristocracia americana (nessa suposta “democracia”), por quem eles lutarão e matarão, e alguns deles, talvez até morram  ou então ficarão aleijados para toda a vida.
Friedman concluiu, dizendo: “A Rússia não faz concessões sobre a Crimeia, o que é óbvio. Mas, creio que pode enfrentar sérios problemas nos fornecimentos para a península. No entanto, Moscovo não pode abandonar alguns dos seus requisitos em relação à Ucrânia. Não é permitido que existam militares ocidentais na Ucrânia. Isso é um pesadelo em Moscovo. ... Já está a acontecer, lentamente, mas ocorre. E será algo que a Rússia não aceita ... Os EUA não querem que vocês precisem de ter controlo sobre a Ucrânia, mas o que é importante é que ela não seja controlada pela Rússia.” Aqui ele estava repetindo sua idéia de que a América não estava a diligenciar ter vantagem sobre a Rússia - que os EUA não têm intenções hegemónicas, apenas de “equilíbrio de poder”, apesar da carga do comandante em chefe, meses antes, para suas tropas, para que eles prolonguem a hegemonia dos Estados Unidos durante mais um século.
Ele disse que essa subjugação da Ucrânia, foi um golpe dirigido contra a Rússia, mas depois encerrou com esta afirmação de que a Rússia é hegemónica, mas que os EUA não são, o que a contradiz.
Aparentemente, o Sr. Friedman estava nervoso por perder o negócio do governo dos Estados Unidos devido a ser demasiado honesto, mas ele já havia sido muito sincero sobre o golpe e as suas auto contradições não o ajudaram. Talvez ele acreditasse que a grande maioria das pessoas pode ser enganada, como foram os americanos  sobre as “Armas de Destruição Maciça, de Saddam" e ainda são sobre a “tortura destinada a encontrar a verdade,” nenhuma das quais nunca foi verdade, mas tudo o que a aristocracia queria que as pessoas acreditassem ser verdadeiro. A sua regra parece ser: os tolos nunca aprendem, são o que são e continuarão a ser, não importa com que frequência eles tenham sido enganados no passado. Talvez George Friedman dependesse dessa regra. Mas por que é que então ele disse coisas que são verdadeiras, mas que os seus pagadores dizem que não são? Apesar de tudo, poderia este "especialista em inteligência/serviços secretos” não ser inteligente? Em caso afirmativo, ele enganou o governo americano ao pensar que ele é: ele conseguiu.
Aqui está uma tentativa de abordar os mesmos problemas que Friedman debateu, mas sem contradições internas.

ACTUALIZAÇÃO: Em 17 de Janeiro de 2015, a primeira tradução inglesa desta entrevista foi postada na Web, e está aqui.
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O Historiador e Investigador Eric Zuesse é o autor, dos livros recentes, of They’re Not Even Close: The Democratic vs. Republican Economic Records, 1910-2010, e do  CHRIST’S VENTRILOQUISTS: The Event that Created Christianity



Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com



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